VOCÊ CONHECE A REGRA DOS 5? (REGRA DE SITTER)
Quando se fala em manutenção, vida útil e durabilidade, há sempre uma discussão da urgência da intervenção. Quanto mais precoce for a correção de um problema no edifício, via de regra mais fácil e menos custosa é a intervenção. Sob outro enfoque, gastos em projetar e construir melhor (melhor detalhamento projetual, execução de controle de qualidade de materiais, elementos e processos) têm-se um melhor processo global de construção e o valor gasto nessa melhoria redunda em custos menores ao longo da vida do imóvel. Na maioria dos casos soluções construtivas de baixo custo exigem manutenção mais frequente, que se não for feita reduz a vida útil do edifício e de seus elementos.
Muito empregada para associar custos as etapas de intervenção, particularmente manutenção e reparação, essa regra foi difundida inicialmente em 1983 em um Boletim Técnico do CEB (Comite Euro Internacional du Beton). Carmen Andrade, Antonio Nepomuceno, Paulo Helene, dentre outros aplicaram muito bem essa regra ao estudo da corrosão das armaduras. Essa aplicação, todavia pode ser genérica a degradação dos edifícios e seus elementos e subsistemas.
Basicamente a vida útil é dividida em quatro etapas cronológicas:
Fase A – etapa de projeto e construção
Fase B – etapa inicial de uso que já pode dar indícios da degradação
Face C – etapa de uso já com sintomatologia clara de queda de desempenho crítica ensajando reparos para garantir a vida útil
Fase D – etapa em que é forçosa uma intensa reparação para restaurar o desempenho
A vida útil de projeto é considerada to e a vida útil total to + t1.
A regra se baseia numa progressão geométrica de razão 5. Se gastaria um valor de R$ 1,00 (pode ser em qualquer moeda pois, o que vale, é a comparação) na Fase A para efetuar um projeto e construir adequadamente o edifício pensando em atingir a vida útil prevista, obviamente com as manutenções programadas sendo executadas.
Caso não se pensasse em projetar e construir para a vida útil, e fôssemos intervir já na Fase B, o custo para se atingir a vida útil já seria de R$ 5,00.
Da mesma forma, se não pensarmos e construirmos pensando na vida útil a atingir, se formos intervir somente na Fase C, o custo passa para R$ 25,00.
No mesmo raciocínio, caso a intervenção ocorra somente na fase D, o custo para garantir a vida útil salta para R$ 125,00.
A reflexão é óbvia, e se talvez se não o é, é ao menos econômica. Em que fase estamos atuando em nossos edifícios ? Infelizmente vemos na maioria das vezes a intervenção na fase D (se houvesse uma fase E, talvez fosse essa).
Até breve,
Leia mais:
SITTER, W.R. Costs for service life optimization the “Lam of Fives”. Comite Euro International du Beton – CEB. Boletim Técnico. Copenhagen, Denmark, n.152, p.131-134, 1983.